BRASÍLIA - Em crise fiscal e com contas pressionadas pelos
gastos com aposentadorias e pensões, os governadores tentam fechar,
nesta terça-feira, 11, um acordo com medidas a serem incluídas na
proposta de reforma da Previdência, que o presidente Michel Temer
enviará ao Congresso. Os governadores querem que o governo federal dê
foco na sua proposta para os servidores públicos, a fim de reduzir os
gastos com educação e segurança, duas rubricas que pesam nas contas
estaduais. O pleito é para que a reforma fixe a idade mínima de 65 anos
para policias militares e bombeiros, que atualmente podem se aposentar
só com tempo de contribuição. Eles querem ainda o fim da aposentadoria
especial dos professores e a igualdade de regras entre mulheres e
homens.
Segundo um interlocutor, a ideia também é reforçar em lei
federal a competência dos governadores para criar uma alíquota adicional
para todos os servidores públicos, com a contrapartida dos entes — como
já acontece com os fundos de pensão das estatais.
ESTADOS PODEM SUBIR ALÍQUOTA
A
alíquota dependeria da situação de cada regime e seria ajustada
anualmente, de acordo com a avaliação atuarial. Atualmente, as
contribuições dos servidores variam de 11% a 13,5%, devendo chegar a 14%
em 2018 (caso de Santa Catarina). Os governadores já têm autonomia para
elevar os percentuais, mas encontram dificuldades de aprovar aumentos
nas assembleias.
O encontro de hoje será na residência oficial do governador
do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg. A intenção é fechar um acordo a
ser apresentado ao presidente Temer.
Na semana passada, um grupo de governadores pediu a Temer a
elevação da contribuição previdenciária de 11% para 14% para todos os
funcionários públicos (União, estados e municípios). Mas o presidente,
segundo uma fonte palaciana, só tomará essa decisão se todos os 27
governadores aceitarem.
Os estados em situação mais grave hoje são Rio, Rio Grande
do Sul, Minas Gerais e Distrito Federal. Neles, a contribuição
previdenciária é insuficiente para pagar os benefícios.
Fonte: Jornal O Globo
|